Ata do Sétimo Encontro Tecendo a Rede – 06 março de 2009
1º Etapa
Inicialmente foram feitas as apresentações de todos os participantes da reunião, e em seguida foi exposta a pauta de discussão do encontro:
• Cronograma 2009;
• Comissão executiva;
• Mulher em Sapopemba: “Seu papel em diferentes seguimentos”.
O tópico inicial foi a discussão a respeito do Cronograma 2009 sendo realizada a proposta de trabalharmos por eixos temáticos, sendo eles:
1. Educação: Situação das creches em Sapopemba; Promoção da educação de direito; Evasão/violência dentro e fora das escolas; Exclusão e orçamento.
2. Saúde: controle social; exclusão; atenção básica e orçamento.
Após a apresentação da pauta, foi aberto momento para discussão. Tivemos as seguintes falas:
Prof. Matias: Questionou o item orçamento público no que se refere à educação. Acha necessário discutir o item proteção especial dos adolescentes.
Ivaneide: Falou sobre a importância em falar do orçamento público, pois acredita que seja uma questão primordial.
Enzo: Cita a inclusão do adolescente com necessidade especial na Educação.
Janaina: Reforçou sobre o Controle Social, dizendo passar pelo tema do orçamento.
Luiza: Acredita que discutir o orçamento seja ultrapassar os limites do encontro, e que esta discussão deva ocorres em outro momento.
Após explanação, ficou acordado que nas discussões que fossem surgindo no “Tecendo a Rede”, será debatido o tema “orçamento público”, dentro dos eixos propostos.
2º Etapa
A segunda etapa teve como objetivo que as mulheres presentes, da região, pudessem falar sobre a importância da mulher em sapopemba: seu papel em diferentes seguimentos.
Para esse momento, foram convidadas:
Lucimara, militante do Movimento de Moradia Leste I, integrante da Central de Movimentos Populares e da União de Movimentos de Moradia.
Endereço do Movimento Sem Terra Leste I – Av. Agustín Lubert, 1.053 – Fazenda da Juta – Telefone: 2013-9874.
Inicia a fala agradecendo e dizendo que temos que trabalhar com parcerias/rede, dizendo ser esse o caminho. Compara o número de mulheres presentes no encontro (maior que o dos homens), com os movimentos sociais, “lá fora também é assim”. Continua com as seguintes falas:
“Na região de Sapopemba não é diferente, aqui a mulher é muito bem articulada”;
“No movimento de moradia, 90% dos participantes são mulheres, elas carregam areia e pedra, assentam tijolos, coordenam e fazem a discussão política. A mulher não tem a visão só da casa (ao contrário de alguns homens), ela pensa de uma forma geral, em toda infra-estrutura”;
“Um dos avanços foi a casa passar a ser em nome da mulher, antigamente não era assim, muitas vezes o homem não contribui no mutirão e quando saia a casa ele acabava expulsando a mulher e filhos, hoje existe uma lei em que as mulheres batalharam muito e que foi criada pelo Dep. Roberto Gouveia”;
“No cenário político de São Paulo, temos apenas 8 vereadoras, sendo uma do Partido dos Trabalhadores, ainda precisamos avançar muito. Segundo ela, tudo indica que teremos uma candidata à presidência do Brasil”;
Por fim, agradece e diz que: “temos que travar a luta, pois a mulher quando começa vai até o fim, hoje nós somos mais respeitadas”.
Maria de Jesus: Professora da rede pública de ensino e atuante nos projetos sociais;
“A mulher está em todos os locais e na Educação não é diferente”;
“Antigamente a mulher era proibida de estudar, aos poucos ela vem ocupando esse espaço”;
Segundo Maria de Jesus, existe uma tese de que as crianças aprendem menos porque são mulheres que estão dando aulas:
“Tudo acaba sendo culpa da mulher e nem sempre do homem, por exemplo, a criança está mal na escola, faltando, a culpa é da mulher. Poucas podem melhorar sua formação (mestrado), precisam ter dois ou três empregos, acaba não sobrando tempo, sem contar que ainda existe o lar”;
“A maioria dos Projetos Sociais estão a frente de mulheres”;
“O salário dos professores no Brasil está defasado”.
Renata, advogada do Centro de Direitos Humanos de Sapopemba;
Cita que “no direito também não é diferente, antigamente só os homens podiam ser advogados”;
Menciona que o CDHS (Centro de Direitos Humanos de Sapopemba) atua principalmente na formação da população, pois “sabendo sobre os direitos eles transformam a realidade”;
“Também temos um link com o Poder público, como forma de articulador”;
“A maioria dos casos atendidos são mulheres, sendo maior o número de companheiras/esposas de reclusos. Estudos mostram a fidelidade da mulher com o companheiro preso, ao contrário, poucos homens mantém o relacionamento com mulheres que estão presas”;
“Existe muita garra por parte das mulheres, pois conseguem dinheiro para o “jumbo”, para manter a casa e na maioria dos casos são elas que acompanham os filhos em medida socioeducativa, “até hoje não lembro de um homem acompanhar algum filho em medida”;
Informa que o CDHS irá fazer um ciclo de formações ao longo do ano, sendo o do mês de Março sobre a Lei Maria da Penha (13/03 – 14h – CDHS);
Menciona que a Defensoria Pública promove o Núcleo Mulher – Av. Liberdade, 32 – Centro/SP, e que sua proposta e trazê-lo para mais perto de nossa região.
Marli, Controle gestor da UBS Teotônio Vilela e moradora do bairro Pró-Morar;
Ivaneide, Movimento de Saúde de Sapopemba;
Resgatou sua história na região, lembrando que Sapopemba sempre teve uma proposta de luta próxima aos movimentos sociais;
Cita também que um dos grandes desafios é levar essa discussão para os nossos lares, pois, a partir daí, poderemos dar um novo horizonte para essas situações.
Sub-Tenente Idalina – 19º Batalhão, responsável pela ronda escolar na região.
Em relação ao tema, Idalina afirma que “a mulher está se emancipando trabalha fora e em casa” (jornada dupla);
“Mesmo com conhecimento a mulher ainda não se emancipou totalmente, não sei o motivo, talvez dependência financeira, repressão”;
“Sempre procuro orientar as mulheres, orientação é tudo”;
“Na Polícia Militar ainda existe muita resistência, contudo, como é um militarismo...”
“Na delegacia a mulher acaba sendo omitida por parte de muitas policiais”;
“Meu filho de oito anos perguntou sobre o motivo da mulher ganhar menos que o homem”;
“A mulher sempre continua batalhando, independente da sua posição”;
Ao término do encontro, agradecemos a presença de todos e lembramos a data da próxima reunião, que deverá ocorrer em 03/04/2009.