quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Ata 7. Encontro

Ata do Sétimo Encontro Tecendo a Rede – 06 março de 2009


1º Etapa
Inicialmente foram feitas as apresentações de todos os participantes da reunião, e em seguida foi exposta a pauta de discussão do encontro:

• Cronograma 2009;

• Comissão executiva;

• Mulher em Sapopemba: “Seu papel em diferentes seguimentos”.

O tópico inicial foi a discussão a respeito do Cronograma 2009 sendo realizada a proposta de trabalharmos por eixos temáticos, sendo eles:

1. Educação: Situação das creches em Sapopemba; Promoção da educação de direito; Evasão/violência dentro e fora das escolas; Exclusão e orçamento.

2. Saúde: controle social; exclusão; atenção básica e orçamento.

Após a apresentação da pauta, foi aberto momento para discussão. Tivemos as seguintes falas:

Prof. Matias: Questionou o item orçamento público no que se refere à educação. Acha necessário discutir o item proteção especial dos adolescentes.

Ivaneide: Falou sobre a importância em falar do orçamento público, pois acredita que seja uma questão primordial.

Enzo: Cita a inclusão do adolescente com necessidade especial na Educação.

Janaina: Reforçou sobre o Controle Social, dizendo passar pelo tema do orçamento.

Luiza: Acredita que discutir o orçamento seja ultrapassar os limites do encontro, e que esta discussão deva ocorres em outro momento.

Após explanação, ficou acordado que nas discussões que fossem surgindo no “Tecendo a Rede”, será debatido o tema “orçamento público”, dentro dos eixos propostos.

2º Etapa

A segunda etapa teve como objetivo que as mulheres presentes, da região, pudessem falar sobre a importância da mulher em sapopemba: seu papel em diferentes seguimentos.

Para esse momento, foram convidadas:

Lucimara, militante do Movimento de Moradia Leste I, integrante da Central de Movimentos Populares e da União de Movimentos de Moradia.

Endereço do Movimento Sem Terra Leste I – Av. Agustín Lubert, 1.053 – Fazenda da Juta – Telefone: 2013-9874.

Inicia a fala agradecendo e dizendo que temos que trabalhar com parcerias/rede, dizendo ser esse o caminho. Compara o número de mulheres presentes no encontro (maior que o dos homens), com os movimentos sociais, “lá fora também é assim”. Continua com as seguintes falas:

“Na região de Sapopemba não é diferente, aqui a mulher é muito bem articulada”;

“No movimento de moradia, 90% dos participantes são mulheres, elas carregam areia e pedra, assentam tijolos, coordenam e fazem a discussão política. A mulher não tem a visão só da casa (ao contrário de alguns homens), ela pensa de uma forma geral, em toda infra-estrutura”;

“Um dos avanços foi a casa passar a ser em nome da mulher, antigamente não era assim, muitas vezes o homem não contribui no mutirão e quando saia a casa ele acabava expulsando a mulher e filhos, hoje existe uma lei em que as mulheres batalharam muito e que foi criada pelo Dep. Roberto Gouveia”;

“No cenário político de São Paulo, temos apenas 8 vereadoras, sendo uma do Partido dos Trabalhadores, ainda precisamos avançar muito. Segundo ela, tudo indica que teremos uma candidata à presidência do Brasil”;

Por fim, agradece e diz que: “temos que travar a luta, pois a mulher quando começa vai até o fim, hoje nós somos mais respeitadas”.

Maria de Jesus: Professora da rede pública de ensino e atuante nos projetos sociais;

“A mulher está em todos os locais e na Educação não é diferente”;

“Antigamente a mulher era proibida de estudar, aos poucos ela vem ocupando esse espaço”;

Segundo Maria de Jesus, existe uma tese de que as crianças aprendem menos porque são mulheres que estão dando aulas:

“Tudo acaba sendo culpa da mulher e nem sempre do homem, por exemplo, a criança está mal na escola, faltando, a culpa é da mulher. Poucas podem melhorar sua formação (mestrado), precisam ter dois ou três empregos, acaba não sobrando tempo, sem contar que ainda existe o lar”;

“A maioria dos Projetos Sociais estão a frente de mulheres”;

“O salário dos professores no Brasil está defasado”.

Renata, advogada do Centro de Direitos Humanos de Sapopemba;

Cita que “no direito também não é diferente, antigamente só os homens podiam ser advogados”;

Menciona que o CDHS (Centro de Direitos Humanos de Sapopemba) atua principalmente na formação da população, pois “sabendo sobre os direitos eles transformam a realidade”;

“Também temos um link com o Poder público, como forma de articulador”;

“A maioria dos casos atendidos são mulheres, sendo maior o número de companheiras/esposas de reclusos. Estudos mostram a fidelidade da mulher com o companheiro preso, ao contrário, poucos homens mantém o relacionamento com mulheres que estão presas”;

“Existe muita garra por parte das mulheres, pois conseguem dinheiro para o “jumbo”, para manter a casa e na maioria dos casos são elas que acompanham os filhos em medida socioeducativa, “até hoje não lembro de um homem acompanhar algum filho em medida”;

Informa que o CDHS irá fazer um ciclo de formações ao longo do ano, sendo o do mês de Março sobre a Lei Maria da Penha (13/03 – 14h – CDHS);

Menciona que a Defensoria Pública promove o Núcleo Mulher – Av. Liberdade, 32 – Centro/SP, e que sua proposta e trazê-lo para mais perto de nossa região.

Marli, Controle gestor da UBS Teotônio Vilela e moradora do bairro Pró-Morar;

Ivaneide, Movimento de Saúde de Sapopemba;

Resgatou sua história na região, lembrando que Sapopemba sempre teve uma proposta de luta próxima aos movimentos sociais;

Cita também que um dos grandes desafios é levar essa discussão para os nossos lares, pois, a partir daí, poderemos dar um novo horizonte para essas situações.

Sub-Tenente Idalina – 19º Batalhão, responsável pela ronda escolar na região.

Em relação ao tema, Idalina afirma que “a mulher está se emancipando trabalha fora e em casa” (jornada dupla);

“Mesmo com conhecimento a mulher ainda não se emancipou totalmente, não sei o motivo, talvez dependência financeira, repressão”;

“Sempre procuro orientar as mulheres, orientação é tudo”;

“Na Polícia Militar ainda existe muita resistência, contudo, como é um militarismo...”

“Na delegacia a mulher acaba sendo omitida por parte de muitas policiais”;

“Meu filho de oito anos perguntou sobre o motivo da mulher ganhar menos que o homem”;

“A mulher sempre continua batalhando, independente da sua posição”;

Ao término do encontro, agradecemos a presença de todos e lembramos a data da próxima reunião, que deverá ocorrer em 03/04/2009.