quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Ata 12. Encontro

O I seminário Tecendo a Rede Sapopemba, ocorrido em 28 de agosto de 2009, foi pensado como forma de celebração de um ano de encontros, além de ser um demonstrativo dos parceiros e conquistas atingidas.


A abertura do evento deu-se com a fala de representante do CEU Sapopemba, que destacou a importância de discussões sobre políticas públicas e da participação popular, dando ênfase ao seminário. Ressaltou, também, a carência de grupos artísticos na região e a necessidade de maior participação popular nos conselhos gestores.

Em seguida, foi apresentado por Tiago Cordeiro, dados referente às entidades/instituições/movimentos nos encontros da rede, onde demonstrou-se através dos diferentes segmentos, assistência social, direitos humanos, educação, moradia, saúde, segurança pública, outros parceiros (planilha completa no blog) a participação e colaboração nos diferentes encontros ocorridos.

Primeira mesa, intitulada Participação Popular na Saúde e Educação:

Iniciada e mediada pelo Prof. Matias, da EMEF Arquiteto Vilanova Artesãs, que relembrou a importância do Tecendo a Rede Sapopemba como forma importante de construção de políticas publicas em Sapopemba. Mencionou a pesquisa recentemente elaborada pela UNICEF sobre o índice de mortalidade juvenil.

A Prof. Ana Bretas (Unifesp) falou sobre a educação no processo da rede, mais pontualmente, em relação à universidade. Na universidade pode-se pensar redes e o próprio papel do indivíduo na sociedade; a universidade deve ir à comunidade e vice-versa, como forma de ajudar o estudante comprometido com questões sociais. Ensinar e aprender fazem parte do mesmo processo; a educação revolucionária trabalha o individuo em perspectiva de mudanças, de avanço. Quanto maior a rede, maior a autonomia frente às políticas públicas. Cita Foucault, para quem as micro-relações estabelecem as relações sociais que implementam os desejos; é no cotidiano que requeremos o que desejamos. Assim, somente me humanizo através da relação com o outro.

Braz, Diretor da EMEF Campos Sales: Há, nessa escola, desde 1995, trabalho junto às famílias e lideranças comunitárias; formação de quatro comissões de trabalho e uma equipe que realiza visitas domiciliares aos alunos. Em 1999 a escola aparece como modelo. A escola não pode negar o saber do aluno (negação da concepção deste como “tabula rasa”). A escola é apenas um dos locais por onde deve passar o processo educativo; este último deve incluir a comunidade. Estrutura física e pedagógica da escola em grandes salões, muitos professores, roteiro de estudos quinzenal, discussão em grupos (entre os alunos), quando o aluno possui dúvidas, recorre antes ao colega, e não ao professor, comissão de alunos (mediadores das assembléias). Idéia de autonomia como a capacidade de tomar decisões, assumindo as conseqüências dos atos e respeitando os outros.

Francisca Ivaneide (Movimento de Saúde): necessidade de conhecimento das leis; importância do diálogo no processo de participação popular. Avanços no setor da saúde: não há grades nos serviços de saúde – o mesmo não ocorre nas escolas. Há maior participação no movimento de saúde em relação à educação.

Segunda mesa – Rede Social:
Profª. Dra. Maria Olinda C. S. Carreira (Colaboradora do Núcleo de Saúde e Sociedade da PUC/SP): Rede como teia de vínculos de relações e ações entre indivíduos; abarca todos os campos da vida societária. A existência de muitas redes se dá pelas necessidades dos seres humanos. Uma rede envolve: circulação de informações, conhecimentos, cooperação, articulação, participação. Cita a tese de mestrado de Maria Luisa Pereira Ventura, intitulada “Rede social: um novo olhar para a realidade social”.

Na rede, há a diversidade trabalhando por um objetivo comum; rede construída em uma relação horizontal, com estruturas flexíveis, deve possibilitar a complementaridade e potencializar as forças sociais. Construção de novos compromissos em torno de interesses comuns. A comunicação é uma ferramenta vital na articulação de redes sociais.

Participação: processo que carrega a possibilidade de devolver a palavra a quem não tinha voz e nem era ouvido – potencializar o agente passivo.

Desafios: tensa e contraditória situação (constante) de alguns movimentos sociais. Uma rede deve dar visibilidade aos seus problemas, que dependem de respostas do setor público. Os problemas devem ser tornados públicos para cobrarmos posicionamentos.

Willian Medeiros (Rede Social Vila Prudente): Esta rede social existe desde 2003 e é , atualmente, composta por 30 organizações, ou seja, agentes transformadores da realidade local – expansão e consolidação da cidadania. Permanece na rede quem se identifica com seu objetivo.

Maria Doralina (Educadora Social): Dificuldade de diálogo com as escolas e o Conselho Tutelar – empecilho para quem faz o atendimento de base.

Finalização com informes:

- Audiência pública moradia: região várzeas do Tietê - Assembléia Legislativa, 03/09/2009, às 14h00min.

- Próximo encontro Tecendo a Rede Sapopemba: 02/10/2009 no CDHS, às 8h00min.

- Elaboração da cartilha sobre redes sociais, com ênfase no Tecendo a Rede Sapopemba.